terça-feira, 30 de setembro de 2008

Japoneses realizam missão em Lucrécia para discutir Biodiesel



Vagner reunido com a missão japonesa que visita Lucrécia

Será neste dia 2 de outubro que a missão composta por técnicos e representantes da JICA, a agência de cooperação internacional do Japão, visitará Lucrécia onde realizará reunião no Centro Lauro Vicunha com técnicos da Emater de toda a região e demais interessados. O Professor Fabrício Zara, da Universidade de Brasília é o articulador do encontro.

O objetivo da missão é implementar um projeto de apoio e incentivo à produção de oleaginosas destinadas à fabricação de BIODIESEL, aproveitando o potencial existente em nossa região e, principalmente, em Lucrécia, que tem um açude com 27 milhões de metro cúbicos de água, com muitas terras ao seu redor.

O plantio de mamona (mais conhecida entre nós por 'carrapateira'), de girassol, pinhão manso (ainda desconhecidos entre nós) e outras sementes de onde se extraem óleo vegetal que se transforma em combustível para motores, caminhões e veículos em geral, pode representar uma verdadeira reviravolta econômica e social em nossa região.

O petróleo está cada vez mais escasso e cada vez mais caro. Muito caro. O barril que até um tempo deste se mantinha na casa dos U$ 35 está hoje na casa dos U$ 130 e a tendência é se manter por muito tempo neste patamar.

Aí, com o avanço nas pesquisas que permitem que se transforme o óleo extraído destas plantas em combustíveis e a lei que o Presidente Lula sancionou obrigando que todo o diesel do País tenha que ser misturado com o biodiesel, faz com que a Petrobras compre até antecipadamente tudo que for produzido. Assim, não nos restam dúvidas. É fazermos de tudo para plantar, plantar e plantar oleaginosas que melhor se adaptem à nossa região, gerando empregos, renda e meio de vida para milhares de famílias que hoje só vivem por conta da ajuda dos programas sociais, e com muita dificuldade, com muita pobreza.

A Governadora Wilma tem dito que o biodiesel hoje pode ser, de forma melhorada, aquilo que o algodão foi para o sertão do nosso Estado, até o final da década de 70, quando o bicudo chegou para dizimá-lo. Uma grande âncora para a nossa economia e para a agricultura familiar.

Veja abaixo informações mais detalhadas sobre a organização japonesa JICA, que nos visita e que devemos receber com toda atenção e expectativa:

A Relação Brasil & Japão

Apesar de separados na distância pela geografia, os laços de amizade entre Brasil e Japão são tradicionalmente fortes. A história dos dois países se entrelaça a partir de 1908, com a chegada do navio japonês Kasatomaru , trazendo ao Brasil os primeiros imigrantes. Atualmente, o Brasil chama atenção do Japão, não somente por ser um dos países de maior destaque na América Latina, mas também por abrigar a maior população de descendentes de japoneses fora de seu país de origem. Recentemente, o Brasil se tornou a nação fora da Ásia de onde saem a maior parte dos imigrantes que chegam ao Japão, em busca de estudo e trabalho, invertendo assim o grande fluxo migratório do início do século XX.


A Atuação da JICA

As relações de cooperação técnica entre Brasil e Japão são reguladas pelo Acordo Básico de Cooperação Técnica Brasil-Japão, um tratado assinado em agosto de 1971. Em 1976, dois anos após sua fundação, a JICA iniciou seus trabalhos no Brasil, funcionando inicialmente como um escritório anexo da Embaixada do Japão. Hoje em dia, a JICA possui dois escritórios no país: um em Brasília, responsável por assuntos da cooperação técnica e outro em São Paulo, encarregado pelas atividades relacionadas à comunidade nikkei.

Desde o início das atividades da JICA, na década de 70, o apoio oferecido ao Brasil pelo Japão, assumiu grande importância histórica para os laços de amizade entre os dois países. Até o presente momento, o montante acumulado de fundos enviado ao Brasil pela cooperação técnica supera os 96 Bilhões de Ienes (cerca de 1,7 bilhão de Reais). Isto coloca o Brasil na 6ª posição entre os maiores receptores de auxílio japonês via cooperação técnica dentre todos os países do mundo - o maior receptor de cooperação fora do continente Asiático.

O período mais marcante desta cooperação ocorreu nas décadas de 80 e 90 (século XX). Este foi um período de apoio intenso, no qual vários projetos foram implementados e um canal de transferência tecnológica consolidou-se, caracterizado pelo grande fluxo de peritos japoneses enviados ao Brasil e de bolsistas brasileiros enviados ao Japão.


Diretrizes da Cooperação

As atividades da JICA nos países em que atua são baseadas em um programa de prioridades, o qual é definido em conjunto com o próprio país, em consultas bilaterais. No caso brasileiro a grande prioridade da JICA para a realização de projetos e intercâmbio tecnológico é o meio-ambiente. Além deste tema, uma outra prioridade pode ser indicada: a Cooperação Tripartite, isto é, a triangulação entre Japão, Brasil e terceiros países na cooperação internacional.

Pelo fato do Brasil se encontrar e um estágio mais avançado em relação a outros países em desenvolvimento e ser um dos maiores acumuladores de cooperação japonesa prestada, sua posição de apenas receptor de cooperação vem mudando nos últimos anos. Hoje o Brasil é um grande parceiro da JICA na cooperação internacional, principalmente em se tratando da cooperação triangular entre a JICA e os países da América Latina e os países falantes do português, como Angola, Moçambique e Timor Leste.

A parceria formada entre JICA, Agência Brasileira de Cooperação (ABC - MRE Itamaraty) e as instituições brasileiras - que foram receptoras de cooperação técnica japonesa - é responsável pelo oferecimento de mais de 10 cursos de treinamento por ano para técnicos de mais de 20 países. Os cursos oferecidos atualmente podem ser encontrados na seção do site Programa de Treinamento para Terceiros Países (TCTP).

E para se manter fiel a sua missão de combate a todas as desigualdades, a JICA toma como prioritárias as regiões Norte e Nordeste do Brasil, para a execução de projetos e o oferecimento de bolsas. O objetivo é atacar as desigualdades socioeconômicas onde elas são mais agudas e contribuir no combate pela desigualdade regional.


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