terça-feira, 24 de maio de 2011

Nosso legado: Energia é opção Economica do RN

O futuro da energia

Demanda por energia poderá triplicar até 2050

ANDRÉ ARAUJO

A superação dos desafios do novo futuro energético exige cada vez mais que as companhias do setor estejam suficientemente preparadas para dar uma contribuição decisiva no horizonte vindouro dessa indústria, formulando e executando, de modo programático, estratégias sustentáveis e seguras de fornecimento de energia ao público consumidor.

Alguns elementos já delineiam a configuração básica da atividade empresarial no campo da energia para os próximos anos. Há estimativas de que, em cerca de quatro décadas, o consumo global de energia deverá crescer numa velocidade considerada proporcional ao esperado esgotamento das fontes tradicionais de suprimento. A demanda global por energia poderá triplicar até 2050, em comparação com os níveis de 2000, caso as economias emergentes sigam seu padrão histórico de desenvolvimento. Esse fator ocasionaria uma lacuna sem precedentes e abriria um cenário de incertezas, exigindo reconsideração de estratégias. Pesa também o crescimento da população mundial. Estima-se que, por volta de 2050, três quartos do total de pessoas em todo o mundo sejam habitantes das cidades, onde o consumo de energia é normalmente mais elevado.

A indústria de energia vai precisar desenvolver e entregar novos suprimentos de energia equivalentes a cerca de 40 milhões de barris de petróleo por dia até 2020. Isso significa quatro vezes a produção de hoje da Arábia Saudita. É certo que óleo e gás continuarão a desempenhar papel primordial no atendimento das crescentes demandas de energia e, num ritmo sempre mais intenso, será necessário buscar esses recursos em locais bem mais desafiadores e custosos, entre outras fontes não convencionais.

Será necessário também aumentar o mix de energia, expandindo a contribuição de fontes alternativas. Aqui se justifica o interesse da Shell em biocombustíveis, em particular o etanol da cana-de-açúcar, que poderá fazer a maior contribuição na redução de CO2 no setor de transportes.

Por último, a indústria necessita reduzir a intensidade dos combustíveis fósseis, utilizando a vantagem das opções “baratas”, disponíveis e de rápido desenvolvimento — desde o foco em eficiência energética à opção de gás natural.

Desse modo, o fator ambiental, que pressiona por fontes energéticas mais limpas, aliado à nova consciência dos consumidores, manifesta em mudanças comportamentais, completa o conjunto de determinantes que exigem do setor uma nova atitude em prol de um futuro energético mais sustentável e seguro.

Esses desafios vêm sendo enfrentados pelas empresas de energia, mundo afora. A Shell, por exemplo, conta com tecnologias inovadoras para fazer frente ao novo futuro energético e estar em condições de cumprir seu papel nesse cenário de mudança global. Recentemente, anunciamos o investimento na construção da maior plataforma do mundo, a ser utilizada na Austrália, capaz de liquefazer gás natural offshore (FLNG) e, assim, transportá-lo até a costa ou ser exportado.

Destaca-se a recente iniciativa de antecipar as atividades exploratórias nos cinco blocos na Bacia do São Francisco, em Minas Gerais, onde realizaremos atividades sísmicas com o objetivo de identificar a existência de gás natural em escala comercial. Caso seja comprovada, avaliaremos a possibilidade de aplicar a tecnologia “não convencional”, considerando que este gás pode estar em rochas de baixa permeabilidade, que não favorecem a formação de grandes reservatórios, sendo a extração viável com múltiplos poços. A iniciativa se inscreve, também, na perspectiva de que em 2012 a produção de gás natural da Shell vai superar a de petróleo pela primeira vez na história do grupo. A prioridade dada ao gás natural, entre outros combustíveis fósseis com menor teor de carbono, está alinhada à perspectiva da transição do petróleo para fontes alternativas de energia, que incluem os biocombustíveis.

Ainda no Brasil, o Parque das Conchas, já em produção, é outro exemplo dos investimentos em inovação para explorar em locais desafiadores. Para obter o primeiro óleo, pesado e com baixa pressão do reservatório em águas profundas, se combinou com êxito uma série de diferentes tecnologias. Esse primeiro projeto mundial, totalmente desenvolvido com separação submarina de óleo e gás, conta também com sistema de reinjeção total do gás para evitar a queima dele na atmosfera e, assim, reduzir as emissões de CO2.

Nosso compromisso é enfrentar os desafios do novo futuro global para atender à crescente demanda energética de maneira econômica, social e ambientalmente responsável.

ANDRÉ ARAUJO é presidente da Shell Brasil Petróleo.


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